Não podemos fazer tudo, embora possamos fazer de tudo
Somo seres limitados, falhos, finitos e mortais. Embora esta afirmação pareça óbvia em alguns momentos da vida não nos damos conta da veracidade, e temos o desejo de abraçarmos o mundo e realizarmos muito e tudo.
E quando nos deparamos com a realidade das nossas limitações, há dificuldade de administrar o stress que existe, entre a vida que queremos viver e a vida que estamos vivendo.
Tenho ouvido de várias pessoas que não estão “dando conta”, que trabalhar e estudar ao mesmo tempo são um grande desafio, e que há muitas dificuldades em realizar as tarefas, que se sentem esgotadas, e que muitas vezes querem desistir.
Eu me lembro de que saía com o ônibus da empresa onde trabalhava as 17h48 da cidade de Bragança Paulista, e após muitas paradas, o ônibus me deixava em frente da faculdade aqui em Itatiba, perto das 19h, tempo suficiente para comprar um saquinho de pipocas, porém nem sempre havia dinheiro para se comprar as pipocas. Em dias mais abastados, era possível dividir um sanduiche com a minha amiga Simone.
Voltava a pé para casa, e foi quando eu descobri o significado de “a linha do horizonte”, pois, enquanto caminhava, eu a via mudar de lugar.
Eu encontrava em meu caminho muitos saindo das escolas. Era comum trabalhar durante o dia, e estudar a noite. Carro era coisa de luxo e poucas pessoas dispunham de um.
Eu gostaria de ter me dedicado a todas as matérias da aula, e ter melhores notas, e ler os livros todos que eram indicados. Mas eu fiz o que foi possível ser feito.
Gostaria de ter me dedicado mais ao trabalho, e ter ficado até mais tarde para completar tudo. Mas eu fiz o que foi possível ser feito.
Dividia meus finais de semana entre amigos, estágios, estudo, família… Um pouquinho para cada. Gostaria de ter me dedicado mais aos amigos, ter saído mais, ter feito mais estágios, ter curtido mais minha família. Mas eu fiz o que foi possível ser feito.
Fazemos escolhas a todo o tempo, e não escolher é sempre uma escolha, nosso tempo é limitado, é necessário escolhermos onde o queremos empregar. Planejar não diz respeito a ações futuras, mas sim ao impacto que ações presentes irão causar no futuro.
Todos querem realizar sonhos, mas será que há disponibilidade para pagar os preços dos sonhos?
Vejo pessoas com desejos e ações contrárias, se planejam para ir para Nova York e estudam italiano, querem crescer profissionalmente e não abrem mão do final de semana para fazerem cursos, querem aprender coisas novas em seu trabalho, mas não há tempo disponível, e tantos outros casos que tenho ouvido.
Todos os sonhos podem ser realizados, tudo que se quer fazer pode ser feito, mas não conheço uma forma de se fazer de tudo, ou de realizar sonhos sem investir neles.
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